quinta-feira, 30 de junho de 2011

UM DEDO DE PROSA

LEMBRANÇAS

Hoje acordei-me nostálgico, lembrando-me de coisas e pessoas que fizeram parte da minha infância e da minha adolescência não tão longínquas quanto se parecem, porém, distantes o suficiente para fazerem de mim um sujeito saudoso dos tempos idos.
Lembrei-me do meu primeiro dia na escola, do instante em que a professora – cujo riso transmitia-nos segurança – se apresentou. Lembrei-me da menina Carmem e das nossas brincadeiras, ora infantis; ora não tão infantis assim!... Lembrei-me, inclusive, da minha primeira vez...
Lembrei-me de quando me apaixonei pela primeira vez: foi uma paixão arrebatadora por alguém cujos lábios jamais beijei, porém, ainda trago no paladar o doce sabor dos seus beijos, e, consequentemente, lembrei-me da minha primeira (e única) grande dor de cotovelos, das minhas eternas noites de insônia.
Lembrei-me de Isa, de Socorro, de Rosane, de Ritinha... Lembrei-me daquela noite chuvosa de 26 de novembro de 1983 (quando eu já estava com 22 anos), noite em que a felicidade bateu à minha porta, entrou em minha vida e no meu peito fez morada.
E de lembranças em lembranças, lembrei-me de que hoje - exatamente hoje – faz 32 anos que Cleide - o alguém dos doces beijos que jamais ganhei - foi-se embora sem ao menos se despedir de mim.
MEUS VERSOS LÍRICOS

HAITI
(Joésio Menezes)

Ai de ti, Haiti,
E do teu povo sofrido
Que há muito não sorri
E pela sorte foi esquecido.

A miséria te maltrata,
As catástrofes também,
E o destino não se retrata...
Nem a ti, nem a ninguém!

Pobre de ti, Haiti,
Pois tua sina é o sofrer!...
O futuro reservado a ti
Não te permite crescer!

E enquanto o olhar do mundo
Contempla as grandes potências,
Atolado num caos profundo
A Deus imploras clemência...

Aguenta firme, Haiti,
Pois nem tudo está perdido!
Deus estará sempre aí...
Não te dês por vencido!

Não deixes que a tua gente
Perca as esperanças em ti!
Renova-te!... segue em frente!
Mostra quem és, Haiti!...


AO MEU ANJO-DA-GUARDA
(Joésio Menezes)

Quando meu peito estava vazio,
Em minha vida ela surgiu
E trouxe-me a felicidade,
Deixando o meu coração
Imune à vil solidão,
Vulnerável à amabilidade.

E desse dia em diante
Sou eu o seu amante
E ela a minha amada...
Ela é a estrela-guia
Que meus passos alumia
E não me cobra nada.

Por isso, meu coração
Delicia-se com essa paixão
Que o faz rejuvenescer
E sorrir para a vida,
Que sempre lhe deu guarida
E um novo amanhecer...

Hoje sou um homem feliz
Graças à força motriz
Dessa minha paixão bendita...
Fui por Deus abençoado
Quando Ele pôs ao meu lado
O arcanjo Benedita.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

ANJO NO NOME, ANGÉLICA NA CARA
(Gregório de Matos)

Anjo no nome, Angélica na cara
Isso é ser flor, e Anjo juntamente
Ser Angélica flor, e Anjo florente
Em quem, se não em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente
Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda
Posto que os Anjos nunca dão pesares
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda


TUA PRESENÇA AQUI
(Patrícia Ximenes)

Sinto tua presença
em todos os lugares.
Até nas pequenas coisas
que antes
eram grandes
e que hoje
fazem parte de um passado
que ainda
insiste em ser presente.

Sinto tua presença
na dolorosa falta que me fazes,
no brilho dos meus olhos
que ficaram
meio perdidos
ao te seguirem
quando em teu insano orgulho
resolveste ir embora.

Sinto tua presença
espalhada pela casa
e nos caminhos por onde passo.
Parece que até o vento
conspira em teu favor,
trazendo teu cheiro,
ventando as lembranças
e ressaltando
o quanto ainda
tem muito de ti
dentro de mim.

Sinto tua presença tão forte...
Quero que voltes
para que eu possa ter
tua ausência longe,
pois ter só em pensamento
é um martírio,
um castigo
para o infinito amor
que há em mim.
Sinto tua presença...
Quero tua presença...
Presencia-te um pouco mais!
Só assim
poderei ser feliz.
CRÔNICA DA SEMANA



O HOMEM É A PALAVRA
(Vivaldo Bernardes)

É impressionante o pálido valor que atribuímos à nossa excepcional faculdade de comunicação pelo som articulado.
Habituados a ela desde o nossa tenra idade, usámo-la naturalmente, espontaneamente sem , nem de leve, percebermos a grandiosidade do simples impulso vocabular.
Da potência de uma só palavra podem resultar efeitos incalculáveis, desde os ingênuos diálogos familiares, despreocupados, na lide quotidiana, aos inflamados discursos de oratória contundente que definem, em assembleias internacionais, o destino do próprio planeta.
Assim, o fonema emitido pelo Homem reproduz ou - melhor dizendo - deve reproduzir o autêntico íntimo do falante, de que deduzimos que o Homem é a palavra.
Conhecer um Homem é ouvi-lo, embora esse princípio não se estenda indiscriminadamente a nós, humanos, que, como tal, menosprezamos a honra de podermos usar a palavra.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

UM DEDO DE PROSA

EM MÊS DE FESTA JUNINA, QUADRILHA DA CÂMARA LEGISLATIVA FAZ A FESTA

Luto e reluto para não falar sobre política - ou sobre quem a faz - aqui neste espaço (destinado única e exclusivamente à literatura), mas é impossível não entrar no assunto, pois o que nossos políticos andam fazendo (legislando sempre em causa própria) é inadmissível.
Recentemente, um Projeto de Lei proibindo a contratação de empresas de deputados e/ou de seus familiares foi rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Com a decisão, os parlamentares que são sócios de empresas podem continuar “mamando nas tetas” do Governo, cujos mantenedores somos nós, os contribuintes.
Muitos são os parlamentares donos ou sócios de empresas que prestam serviços ao GDF, portanto, besta foi quem pensou que eles, os deputados, votariam contra si ou contra os seus pares. Afinal de contas, estamos em junho, mês das FESTAS JUNINAS e, consequentemente, época em que as “quadrilhas”, inclusive as de SÃO JOÃO, entram em cena com mais frequência.
MEUS VERSOS LÍRICOS

CALAFRIO
(Joésio Menezes)

Pelo corpo desce-me um calafrio.
Não o causado pela sensação de frio
Durante o período de inverno,
Mas o provocado pela consciência
Cujo dono vive na iminência
De bater à porta do inferno.

É um calafrio intenso, medonho,
Capaz de tornar o mais lindo sonho
Num turbilhão de pesadelos vis
E responsáveis pela inquietação
Do homem, que leva no coração
A certeza de que será infeliz.

Mas sou eu o verdadeiro culpado
Pelos meus atos desajuizados
E por tudo que me tira a razão...
Sou, ainda, o maior responsável
Pelo sofrimento desconfortável
Por que passa meu velho coração.


AMOR DE POETA
(Joésio Menezes)

- À poetisa Andrea Joy -

Meus versos, cujas rimas entorpecentes
mostram as marcas de um amor imenso,
são a razão do meu viver.
Neles, o amor de fogo transcendental
deixa claro o desejo insaciável
do poeta pela musa insana.

Mas ela costuma dizer adeus
sempre que, sob os lençóis,
meu amor de poeta revela-se imortal
diante da necessidade de amá-la.
Nesse instante, a insensatez de ambos
mostra-se recíproca e intensa.

E madrugada adentro
sofro com a sua ausência,
o que me provoca indagações
a respeito de outras vidas passadas,
por isso, reservo-me o silêncio enquanto
aguardo o ressurgir de uma musa...

O fato é que um dia, somente,
é pouco para se mostrar que o amor
pelo amor é fator essencial
se eu quiser que ela volte
e me proporcione um reprise
daquela noite sem ponto final.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

BUSCANDO A CRISTO
(Gregório de Matos)

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.


POEMA INACABADO
(Letícia Thompson)

Você fica em minha vida
Como um poema inacabado
Como a Sinfonia
Beleza não finda
Porque soube ser começo
Mas não fim.

Você fica e eu sigo
Ou você segue e eu fico
Sempre desencontrados
Um buscando a estrada
O outro a direção.

E o fogo que arde aqui dentro
Magoa a mulher
Queimando a alma
Matando os desejos
Se apagando aos poucos.

Não acho poesia
Para terminar você!
Ai!... Como isso dói
De não saber
Construir um fim!
De não ficar
Que a metade de mim!

E você fica assim
Como reticências
No fim de um poema.

E eu, desiludida
Sigo a vida
Com esse amargo na boca
Por não saber ter tido
A rima final.
CRÔNICA DA SEMANA

A IDADE E A MUDANÇA
(Lya Luft)

Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo. Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi. Foi um momento inesquecível...A plateia inteira fez um 'oooohh' de descrédito. Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho?
Onde é que nós estamos?'
Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'.
Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se 'mudança'.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.
A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas...Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza...
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho..."

quinta-feira, 16 de junho de 2011

UM DEDO DE PROSA

À ESPERA DE UM MILAGRE

O episódio envolvendo quatro moradoras da Quadra 711 Sul, em Brasília - ocorrido na última terça-feira (dia 14/06) -, serviu para reforçar o que aqui publiquei na semana passada.
Naquela ocasião, afirmei que “fui condenado à prisão em minha própria casa”. Eu disse isso porque nós, cidadãos de bem, estamos sendo obrigados a reforçar nossas casas com grades em portas e janelas tendo em vista a ousadia dos bandidos que, em plena luz do dia, invadem nossos lares, contrariando o que diz a Constituição Federal do Brasil. Está lá, no Capítulo I, Artigo 5º, Parágrafo XI: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador (...) ".
Preocupa-me, e muito, o fato de não mais termos a liberdade de usufruir desse direito, que nos fora constituído pela Carta Magna. Preocupa-me mais ainda saber que os malfeitores têm mais direitos que os cidadãos de bem.
Estamos nós condenados à “prisão perpétua” enquanto os bandidos, beneficiados por indultos e “saidões”, transitam tranquilamente pelas ruas, à caça de novas e indefesas vítimas. Estamos nós à mercê da sorte de não sermos escolhidos como vítimas dos marginais que, amparados pela Lei, agem sem qualquer constrangimento. Estamos nós vulneráveis à violência urbana, ao desinteresse dos políticos e às falhas do Sistema. Estamos nós desamparados pelo Estado. Somos nós ignorados pelas autoridades (in)competentes. Contamos nós com – e somente com - a Proteção Divina...
MEUS VERSOS LÍRICOS

ODE AO AMOR
(Joésio Menezes)

“De janeiro a janeiro”,
“Amo você” loucamente.
É um “amor verdadeiro”,
Não “podia ser” diferente...

“Esse amor” aventureiro
Me agarrou “sutilmente”
E fez de mim seu “prisioneiro”
Por “um segundo”, somente.

Mas o meu “coração bandido”
Já se mostra “arrependido”
Por não “saber amar”.

Por isso, “procuro um amor”
Que reconheça o “meu valor”;
“Um amor prá recomeçar”...


TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
(Joésio Menezes)

Se tens baixa estatura,
Se te chamam “pequenina”,
Não te importes, Criatura,
Pois encantas nossa retina.

Não permitas que a altura
Alimente as cretinas
Piadas cuja leitura
O bom senso abomina,

Nem te quedes intrigada
Com as infames piadas
Que fazem do teu tamanho!...

Pois os melhores perfumes
Dispensam grandes volumes,
Ocupam frascos “tacanhos”.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

ESTA MINHA MEMÓRIA...!
(Vivaldo Bernardes de Almeida)

Mais um dia me acordo igual a tantos outros.
Ainda na penumbra, invadem-me a memória
momentos qu’eu vivi e hoje, quase morto,
a mente me repete aquela antiga história.

Não fosse a emoção tão grande como a sinto
e se estes meus olhos não denunciassem,
meu tempo não seria curto como o pressinto
caso minhas lembranças não me atormentassem.

Porém, que seria a Vida sem memória
se não branco papel onde nada se escreveu
dos muitos fracassos e das poucas vitórias?

Por mais pequenos sejam, os erros e acertos
são arquivos que a Vida nos concedeu
e constituem nosso pobre ou rico acervo.


NÓS
(Silva Ramos)

Eu e tu: a existência repartida
por duas almas; duas almas numa
só existência. Tu e eu: a vida
de duas vidas que uma só resuma

Vida de dois, em cada um vivida,
vida de um só vivida em dois; em suma:
a essência unida à essência, sem que alguma
perca o ser una, sendo ã outra unida.

Duplo egoísmo altruísta, a cujo enleio
no próprio coração a cada qual sente
a chama que em si nutre o incêndio alheio.

Ó mistério do amor onipotente,
que eternamente eu viva no teu seio,
e vivas no meu seio eternamente.
CRÔNICA DA SEMANA

LEMBRANÇAS
(José Renato Miller Penna)

Nas frias manhãs de inverno, dormindo um sono gostoso, ouvia-se ao longe uma voz delicada que parecia fazer parte de um sonho.
– Acorda, meu filho! Está na hora de ir para escola.
Sonolento, reclamando por ter que pular da cama às 6:30 da manhã, fazia minha higiene matinal, enquanto o café já estava à mesa, quentinho.
Em seguida, vestia meu uniforme e colocava em baixo do braço minha pasta de couro, saia em direção ao Grupo Escolar.
Grupo Escolar Fagundes Varela. Quantas saudades!
Saudade daquele tempo em que eu brincava de pique, jogava pião, bolinha de gude e outras brincadeiras que ficaram perdidas no tempo.
Tempos bons aqueles em que o aluno aprendia a cantar o Hino Nacional e, com orgulho, hasteava a Bandeira Nacional!...
Fecho os olhos, me vejo correndo e brincando no pátio do colégio onde meninos e meninas não podiam brincar juntos.
Saudade da D. Laudelina, que hoje se encontra pertinho de Deus, e carinhosamente era chamada de D. Loló; saudade das aulas alegres da D. Ditinha e D. Quita, professoras que guardo com muito carinho e admiração em meu coração, pois por elas fui alfabetizado.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UM DEDO DE PROSA

PUNIÇÃO AOS INFRATORES
(Joésio Menezes)

A exemplo de muitos outros cidadãos honestos, fui condenado à prisão em minha própria casa - cujas grades estão por toda parte – pelos crimes de respeito às leis (ainda que discordando de algumas delas) e à ordem pública, pagamento em dia dos Impostos que me são impostos e porte ilegal da honestidade, que há anos põe em risco a integridade moral dos nossos políticos.
Tal punição me foi merecidamente sentenciada em benefício da segurança dos Delinquentes Juvenis que, amparados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e por órgãos ligados aos Direitos Humanos, precisam de mais liberdade para cometerem “pequenos” delitos, os quais destinam-se ao seu sustento e, principalmente, à sua diversão.
Posso estar equivocado, mas dependendo do nosso bom comportamento, poderemos ter nossas penas mudadas para o regime semi-aberto, em que poderemos sair durante o dia para trabalharmos, garantindo a esses Pequenos Delinquentes o direito à caça de novas vítimas de assaltos, estupros, espancamentos ou homicídios, direito que lhes fora garantido pelo ECA e endossado pelos Direitos Humanos, que veem nesse merecido privilégio a garantia de esses garotos se tornarem traficantes de armas e drogas bem-sucedidos, com possibilidade de chegarem, inclusive, ao cargo de Chefes do Tráfico ou – quem sabe? - a um cargo político.
E nada podemos fazer (nem devemos) para impedir que essas “crianças” – postulantes à patente de “Bandido de Alta Periculosidade” - consigam chegar lá, pois isso é direito delas, adquirido (e já garantido) por lei. E se é lei, quem a infringir merece ser severamente punido.
MEUS VERSOS LÍRICOS

CARTA À MINHA AMADA
(Joésio Menezes)

Minha querida,
hoje sou o que sou
graças à tua existência
e, principalmente,
ao teu amor.

Não fosse a providência Divina,
que te colocou no meu caminho,
na minha vida...,
eu simplesmente seria
um zero à esquerda
dividido por dois,
ou simplesmente
um ser cuja insignificância
da sua existência
tem tanta importância
quanto um ponto final
colocado nas páginas
em branco do nada.

E já que abri meu coração,
Diante de todos
E na presença do Criador,
afirmo e reafirmo
que nada eu teria
sem a tua companhia,
sem o teu carinho,
sem a tua compreensão,
sem a tua atenção...
Em suma,
nada eu seria sem ti.

Por isso, anjo meu,
levanto as mãos aos céus
e agradeço a Deus
cada milésimo de segundo
vivido ao teu lado,
cada lampejo de paz
que senti somente por saber
que estavas por perto,
cada fração atômica
da tua presença em meu ser...
E se hoje Ele quiser levar-me,
sinto-me pronto,
pois o apogeu
já me foi alcançado
naquele mesmo dia
em que me disseste SIM!


AFLICCIÓN
(Joésio Menezes)

¡Amada mia, estoy aflicto!...
Y no puedo calmar mi aflicción
mientras mis pensamientos
traicioneros no se olvidaren de ti.

¡Estoy aflicto!... y no sé
lo que hacer para calmarme,
para sacarte de mis pensamientos,
que no olvidan tu menosprecio a mi...

Necesito sacar de mi pecho
ese dolor que me ahoga el alma
lleno de deseos sin pudores.

Deseos cuyos suspiros vuelan
por el aire hasta llegar a tus oídos,
que no más oyen la voz de mi corazón.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

FLOR
(Marcos Alagoas)

Sempre há alguém
Plantando
uma flor
em algum jardim,
em algum caminho,
em algum lugar
no mundo...

Seja onde for,
Seja
Qualquer
flor!...

Não importa a sua cor
nem quem
a plantou,
mas que seja bela,
sem espinhos,
sem dor.

Que seja
alma colorida
e símbolo
do Amor.


CONJUGADO
(Eduardo Menezes da Silva)

Eu penso
Tu pensas
Ele pensa
Nós pensamos
Vós pensais
Eles tentam...

Eu pensei
Tu pensaste
Ele pensou
Nós pensamos
Vós pensastes
Eles impactaram...

Eu tentarei
Tu pensarás
Ele impactará
Nós conseguiremos
Vós entendereis
Eles perceberão...
CRÔNICA DA SEMANA

CANSADA DE PESSOAS FILHAS DA PUTA
(Aline Jesus de Menezes)

Muitas coisas estão fora do lugar, não apenas as ideias. À medida que envelheço, compreendo melhor a beleza de se ter paciência; à medida que envelheço, entendo que a vida é mesmo muito rara. Por onde quer que cada um transite, o contato com gente desonesta, mesquinha, estúpida e que tenta levar vantagem em tudo, às vezes, será inevitável.
Gente filha da puta, não a mãe da prostituta trabalhadora, mas da puta mesmo, existe aos montes. E está bem aqui perto, na esquina, no prédio onde moramos, no ambiente de trabalho, na academia, no supermercado, na fila do banco, no churrasquinho, na balada, na igreja, nas redes sociais, no teatro, na música, na arte, na literatura, no cinema, na dança, no festival de Cannes, na entrega do Oscar, na Europa, na África, nos livros...
E essa gente não é criminosa não, não é alguém de quem se diga: "ele não presta; ela não vale nada". Esse tipo de gente é gente comum, que conversa com você, que sorri para você, que lhe oferece vinho, que senta ao seu lado, que tem uma vida como a sua, que exerce a mesma profissão que você.
Gente filha da puta pode ser alta ou baixa, magra ou gorda, bonita ou feia, branca ou negra, rica ou pobre, divertida ou séria, inteligente ou não, bem informada ou ignorante, religiosa ou ateia, jovem ou velha, experiente ou principiante. Gente filha da puta pode parecer um anjo ou ter mesmo cara de demônio. Pode ir e vir, pode cantar ou escrever poesias...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

UM DEDO DE PROSA


DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE: COMEMORAR O QUÊ?

Em 05 de junho comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. A criação desta data teve como objetivo principal a conscientização da população mundial sobre os temas ambientais, principalmente, aqueles que dizem respeito à preservação. Desta forma, a ONU procurou ampliar a atuação política e social voltada para os temas ambientais. Era intensão daquela Organização, também, transformar as pessoas em agentes ativos da preservação e valorização do meio ambiente.
Anos mais tarde, por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente.
Mas, pessimista que sou, não vejo muita coisa a se comemorar. Pelo contrário!... vejo só com o que nos preocupar, pois - não demorará muito - não mais teremos ar puro para respirarmos, tampouco água límpida para saciar nossa sede, pois a imprudência e a ambição do homem em busca de fortuna e conforto está tornando o meio ambiente nocivo à sua própria saúde devido ao alto nível de poluentes deixados nas nascentes e nos leitos dos rios e de gases tóxicos soltos no ar, gases estes responsáveis pelo efeito estufa e, consequentemente, pelo aquecimento global.
E o resultado de todo esse descaso estamos sentindo na nossa própria carne: todos os dias surgem novos tipos de cânceres e inúmeros problemas respiratórios; pelo mundo, são constantes os nascimentos de crianças deformadas e incontáveis os fetos abortados espontaneamente. Há de se ressaltar, ainda, os registros de catástrofes atmosféricas mundo afora, também resultado dessa falta de cuidado para com o meio-ambiente...
Dizem que o homem é FRUTO do meio em que vive... mas ele não está fazendo nada para que as safras futuras nasçam saudáveis e/ou tenham um meio-ambiente que permita-lhes chegar a uma maturidade sadia.
MEUS VERSOS LÍRICOS

A NATUREZA PEDE SOCORRO
(Joésio Menezes)

É com pesar e humildade
Que peço à humanidade
Um pouco mais de cuidado,
Pois, à míngua estou morrendo
E comigo vão desaparecendo
O que pelo Criador foi deixado...

No alto da sua ignorância,
Desconhece o homem a importância
Que tem para a vida a natureza.
Ele tudo devasta, polui, contamina,
Desmata, queima, extermina,
Causando-me dor e tristeza.

Cada floresta por ele desmatada
É uma vida de mim abortada,
É a morte certa de um afluente...
A cada dejeto no rio despejado,
Em cada árvore queimada no cerrado,
Comigo morre o homem lentamente.

Por isso, peço que se manifeste,
De norte a sul, de leste a oeste,
Uma brigada de conscientização,
Para que o homem possa reencontrar
Uma maneira de sua vida melhorar
Sem queimadas, desmatamento ou poluição.


EFEITO PRIMAVERA
(Joésio Menezes)

Hoje o sol acordou brilhando mais
e, radiante, sorriu para a mãe Natureza,
como se estivesse querendo dizer
que fora seduzido... enfeitiçado
pela estação das cores,
da fertilidade, da vida...
por isso estava sentindo-se feliz.

Feliz e seduzido pelo aroma das flores
que, timidamente, desabrocharam
sob o orvalho da madrugada;
enfeitiçado pelo balé dos colibris
que, despudoradamente, assediavam
as Valquírias, as Dálias, as Gardênias,
as Magnólias, as Rosas, as Margaridas...
flores sensuais, perfumadas, cheias de vida;
eternas musas ilibadas do outono,
do inverno, do verão, da PRIMAVERA,
enfim, de todas as estações,
de todos os corações.
O MELHOR DA POESIA BRASILEIRA

MÃE NATUREZA
(Mena Moreira)

A natureza é mãe de todos
E a todos trata com cuidado
Pois como toda mãe que ama
Não quer seu filho maltratado ...


Mas o homem, filho desobediente
E muitas vezes mal educado
Não dá a mãe natureza
O carinho que devia ser dado ...

Polui o ar , contamina a água
Leva destruição para todo lado
Corta a árvore , mata a planta
Mata até o bicho , coitado !...

Ei homem , fique esperto
Deixe de ser atolado
Aprenda a preservar e reciclar
E viva bem sossegado !...


ÁGUA DOCE DO RIO
(Terê Penhabe)

A água do rio é doce
só até chegar no mar,
pois quer queira ou não queira
ele sempre há de chegar.
E ele vem petulante,
certo de que irá adoçar
com sua mansidão de longe
toda a violência do mar.
Ao perceber seu engano
se enfurece e quer voltar,
mas é sempre muito tarde
que a pororoca se dá.
O mar, em contradição,
abre os braços e o recebe
no melhor do coração
como o amor que lhe apetece.
Nessa suave união
corpos se banham felizes
sentindo o sal do mar
e a mansidão do aprendiz.
Que sem ter pra onde ir
aceita seu novo destino
vai entrando com carinho
no gigante tão humilde.
Essa magia tão bela
que ao rio, o mar aquartela
vale a pena conhecer.
Sentir na alma e na pele
a carícia inconfundível
de águas doces que se salgam
deixando então de ser rios.
CRÔNICA DA SEMANA


NATUREZA ARTISTA
(Ricard Garopaba Blauth)

Como artista muitas vezes desenho e coloco cores em peixes, borboletas, pássaros imaginários. O efeito é interessante, mas parece muitas vezes que exagero demasiadamente na imaginação. Apesar de saber que, como artistas, temos a liberdade de criar como quisermos, a sensação é de que nada no mundo real poderia ser assim.
Acabo de receber um e-mail com anexo de peixes e corais que superam em muito qualquer imaginação mais psicodélica. A natureza real é fantasticamente superior a qualquer coisa que um artista puder desenhar ou imaginar.
A mesma sensação sinto ao admirar a ação do vento nas dunas de areia; ao ver uma flor agreste num jardim natural, um ninho de joão-de-barro num poste de luz, uma planta tentando difundir suas sementes, a água formando meandros a procura de caminhos em direção ao mar.
A natureza é artista ao mostrar as cores do arco-íris, ao sugerir poemas com as formas das nuvens, ao formar melodias com o marulho do mar, com os pingos da chuva caindo lentamente.
A natureza é artista ao revelando luzes de estrelas que talvez já desapareceram há milhões de anos.
A natureza é artista ao permitir que possamos desenvolver nossa capacidade de nos deslumbrar com o que nos passa muitas vezes despercebido.